sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Comemoraria: futuro do pretérito.

Há dois anos e alguns dias, resolvi eu que escreveria num blogger coisas do meu cotidiano e o que mais me desse na telha. Usaria minha hiperatividade e as noites em claro que faziam parte do meu viver, para construir algo que ocupasse não apenas minha mente, mas também o imaginário daqueles que se atrevessem a ler os rabiscos de uma insone.

Cá estamos, como proposta de não se tornar um diário e muito menos uma obrigação, decidi que não viraria escrava desse instrumento, que ele me servisse de válvula de escape ou qualquer outro adjetivo que remeta à fuga de uma realidade, quando assim eu decidisse. Parece que levei à sério demais esse descompromisso, percebo que abandonei na totalidade esse fiel companheiro de várias noites em claro.

Acontece que sempre temos explicações plausíveis para tudo ou quase e eu, claro, não sou diferente dos simples mortais que habitam esta dimensão. Virei uma mulher ocupada, assumi meu lugar no mundo, uma enfermeira de repartição, com muitas burocracias, papéis para carimbar, relatórios à redigir, processos para despachar. (Tudo desculpa), tudo isso somado ao que eu já tinha como atribuições; ser mãe em tempo integral, esposa e senhora do lar.

Acabei por me esquecer desse lugar onde minha mente flutuava, sei que fui relapsa, até mesmo cruel, quem faz isto à tão fiel companheiro? vejam bem, assumo minha culpa por abandono de incapaz, uma vez que ele sozinho não consegue dar seus passos e seguir adiante. Minha culpa, tão somente minha. Por outro lado tive outras intempéries, esse ano não tem sido nada fácil... foram dias difíceis, pensamentos doloridos que me povoaram nos últimos meses, ideias nada inspiradoras.
 
Mas, enfim temos algo a comemorar ou melhor teríamos, caso eu, como uma fiel madrasta de contos de fadas, não tivesse esquecido a data de nascimento desse meu filho mais novo, (10/10). São dois anos, este último não tão bem vivido como o primeiro, eu sei... todo bebê  como novidade que é, no primeiro ano recebe mais atenção, aceite.  porém, se eu puder redimir um pouco meu grande pecado, estou aqui. Receba meu afago, tome esse carinho, um beijo de quem retorna de tão longo e distante destino, um abraço de saudade. Quem sabe eu não decida que você merece mais minha companhia... Ou não seria EU que ando precisando de ti?


Um comentário:

  1. Parabéns pelo texto lúcido e sincero!
    "A boa mãe ao filho torna"
    "Antes tarde do que nunca".
    Bom retorno! Que 2016 seja um ano mais leve e lhe permita retornar mais vezes.
    Estaremos aqui, aguardando. 😘

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